sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Sempre aprendendo

Sempre aprendendo

Pablo, porque você fica ali olhando as ondas do mar,
parado deste jeito?
De que jeito deveria olhar, Rosa?
sei lá, eu não agüentaria ficar ai tanto tempo
olhando sempre na mesma direção.
Rosa, Rosa, A interpretação de cada um de nós
e dos gestos dos outros, é vista e sentida com
o tamanho e a capacidade de cada um de nós,
de sentir, de avaliar, de interpretar o ato alheio,
 mas, acredite, é bem difícil que alguém consiga
 compreender completamente o outro.
Mas como? As pessoas falando a mesma língua
não fica claro o que o outro diz ou faz?
Está bem amiga, vou tentar explicar melhor
dando-lhe um exemplo, olhe bem, você veio até
mim para conhecer um ato, que do meu ponto de vista,
já por si dizia tudo. Tento lhe fazer compreender
a dificuldade da interpretação, ou leitura do próximo,
 é claro que  se eu for mais clara e lhe disser que quando
 me ponho a contemplar o mar, posso mergulhar
dentro de mim, vasculhar, analisar minha vida
no ritmo lento da pequena onda do mar, quando
o mar esta revolto, as vezes sem perceber me encontro
a pensar em fatos mais agitados de minha vida, e,
assim nem vejo o tempo passar.

Já entendi Pablo, entendi que eu não entendo nada
disso porque sou muito novinha e tenho muito pouco
dentro de mim para me avaliar.
Pode ser Rosa, mas.... se você acha interessante
  Ficar curiosa com a questão, tente avaliar o dia de hoje
 O dia seguinte, o outro e assim por diante,
observe  também a si mesma, e daqui a um mês
 me diga se você achou que todos os dias foram iguais.
Está bem, vou fazer isto.


Oi Rosa como vai?
Pablo amigo querido, estou maior não percebe?
Brincadeira amigo, brincando para agradecer e lhe contar
Que quase aprendi a me conhecer, e daqui para a frente,
vou me corrigir, quero aprender a ver, sentir, perceber
 tentar compreender e fazer o que você fez comigo,
 doar amor, ajudando os outros e sempre aprendendo

02-05-97- Monica Puccinelli

Casa abandonada

Casa abandonada

Ali, naquela rua onde eu morava, toda arborizada
o que mais chamava a atenção, era aquele casarão,
tão velho, quase caindo aos pedaços.
Sabia-se que da família Mendonça, só restava um,
diziam que ele quase não saia de casa, e ninguém sabia
que idade ele tinha. Um dia... não resití a tentação, é, entrei.
O portão da frente estava aberto, fui entrando,
com um certo receio de qualquer coisa inesperada
que dali pudesse surgir, pois ali onde  devia ter sido um jardim, o mato estava alto.
Continuei caminhando. Dei a volta na casa, vi que na parte de trás da casa havia uma horta, tinha cenouras, batatas, feijão, pimentão,cebolas, alface e outras verduras mais que eu não soube reconhecer.
Havia também um pequeno pomar, com frutas já maduras.
Mas o que eu tinha visto do lado de fora, não era suficiente para satisfazer minha curiosidade, portanto, respirei fundo,
me armei de coragem nos pés e no peito e lá fui eu
para dentro da casa, supondo, que muita coisa poderia acontecer.
Entrei, estava tudo aberto, as chaves só serviam de enfeite nas portas.
O primeiro espaço era a cozinha, que  estava vazia, a copa e a sala eram em conjunto, onde também não havia ninguém.
 No canto da sala vi uma grande escada.
Devagar vou subindo e mal termino o ultimo degrau ouço uma voz masculina falando com alguém:
Sabe Artur,  eu cheguei a conclusão  que de qualquer jeito, e,
em qualquer situação, se não estamos  sozinho, a vida pode ser  bem agradável, veja você,Artur, perdi os meus, um a um,no espaço de cinco anos, você ouviu meu choro, meu desespero esteve a meu lado o tempo todo, nunca se queixou de nada, suportou tudo em silencio, tive sempre a certeza de que  você lia meus pensamentos, meus estados de espírito, não sei se um dia vou poder retribuir a sua amizade.
 Vem cá companheiro vem receber meu abraço.
 hau hau !!!
Surpreso, vi, que o Artur é o amigo fiel do homem  e também
O grande companheiro do homem que ali mora.
 Dei meia volta com a certeza que naquela casa não estava
 faltando ninguém

03-06-97- Monica Puccinelli

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Quem é quem

Quem é quem.
Querido amigo me pedes para eu te falar de mim. Fiquei sentida por não ser criança, pelo tempo a mim dado, pelo tempo já passado, ao mesmo tempo fiquei feliz por sentir e lembrar como eu teria falado de mim : Teria contado qual meu ultimo brinquedo que ganhei, o nome de meu melhor amigo, a briga que tive com fulano, quanto gosto de pular corda e andar de bicicleta. O tempo passou e hoje nem minhas netas estão nesta fase, mas, acredite, eu ainda gosto de brincar, porem falar-te de mim e bem mais complicado, o adulto que vive com a criança que fui, é mais severo na analise da palavra, ele é atento a não se supervalorizar, nem se denegrir, este adulto tem e sempre teve certeza de uma coisa, ele ama a vida e dela aceita todos os desafios, não e fácil, tem horas que as forças o abandonam, mas é na queda, no escorregão que se encontra o reinicio do ciclo eterno da vida, é sentado no chão que se vê quanta gente já esta deitada, daí, você deita junto e se abandona, ou levanta e tenta ajudar aquele que ali perto de você esta esticando a mão.
Esta vendo amigo, falar de si não é brincadeira, se o fosse faria de mim um quadro com linda moldura, até cairia no escorregão da vaidade, gostaria poder expor uma figura belíssima transparente, tão bela quanto seu espírito.
Viu só amigo, pedir a outros que falem de si, corre-se o risco de não saber quem é quem.
06_08_97-Monica Puccinelli


terça-feira, 2 de setembro de 2014

È o vento

È o vento
 
Foi o vento que no ouvido me soprou
Ele vem vindo!!!
Ele quem?
O vento ora! E o que faz
ele aqui este tal de vento?
Muitas coisas ele faz,
ele leva ele traz ele faz transmutação,
carrega no seu ímpeto a semente
de um lugar para outro, ele amplia
o som do mar ou de uma musica
caso esteja direcionado naquela direção,
dependendo de como sopra posso ouvir
o trem passando, as crianças da escola,
aqui perto, gritando, berrando,
os pássaros piando, cantando.
Mas onde esta o vento? Ele está no ar,
ele esta aqui e também está lá, ele é ,
ele não é, mas ele sabe transformar
um dia de sol em dia chuvoso e depois
levar a chuva para outro lugar.
Mas o que eu quero dele...
e que ele leve meu pensamento de amor,
la onde você está!!!
 
28-03-2000-Monica Puccinelli
 


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Seja bem vindo, vem!!!

 
Seja bem vindo, vem!!!
 
 
À vontade e dizer vem que te amamos e mais adiante te amaremos, quando em nossos braços estarás.
Vem irmão vem nós ajudar a construir um mundo melhor, a compreender que verdadeiramente somos todos irmãos, vem nos mostrar que todos os dias a vida sempre recomeça, portanto todos os dias pode ser um reinicio, vem nos mostrar através de teu choro e teu sorriso que já estivemos assim como tu.
Ajuda-nos a encontrar em nós a lembrança da nossa espontaneidade, da nossa sinceridade, e do amor que estava sempre em nós, olhávamos sempre tudo com carinho.
Não nós deixes esquecer que acompanhando teu crescer, vamos reviver tudo que conosco já se passou; os primeiros passos, os primeiros dentes, mas não queremos que tu conheças as primeiras magoas, as primeiras decepções.
Gostaríamos que fosses premiado e junto nós premiasse, pois com tua vinda num passe de amor,
o mundo evoluirá e só reinará entre nós carinho caridade e compreensão.
 Vem que nós te amaremos, vem!!!
 
22-10-96-Monica Puccinelli


Nossos sentidos

 
Nossos sentidos
 
Falamos sempre de nossos sentidos; tato, olfato, paladar, visão, audição.
Porem quando ouvimos uma melodia, os nossos sentidos se misturam se multiplicam se confundem.
Viajamos em vários setores, voltamos no tempo, revemos pessoas queridas, recordamos fatos acontecidos, sentimos na boca o sabor que a lembrança nos traz, às vezes choramos de emoção, conseguimos ouvir e ver o mar, o campo, a montanha e deles cativar o cheiro a cor.
Tudo isto pode acontecer embalados por uma melodia ou então viajando em nosso interior percebendo que alem dos sentidos quem fala mais alto e nosso espírito o nosso eu, nosso Deus, que nós faz grandes e pequenos, nós da à vida, a alegria de viver, o discernimento o livre arbítrio, para escolher, oportunidade de errar e aprender, de sermos humilde para entender que na caminhada de uma existência, erros e acertos são a bagagem de cada um de nós.
Se nesta nossa peregrinação interior nós deixamos embalar por uma música suave, de acordo com nosso encontro interior quem sabe o resultado seja mais proveitoso.
 
Escolha a musica certa para iniciar sua viagem!!!
 
08-06-96-Monica Puccinelli


domingo, 24 de agosto de 2014

Chove lá fora.

Chove lá fora.
 
Chove, é uma chuva mansa, continua; da vontade de ficar olhando, olhando sem parar; ficar filosofando sobre a chuva e a vida.
A vida que escorre lentamente e assim como a chuva segue seu curso, direção que nos dirigimos
Caminhos por nós traçados, muitas vezes criamos verdadeiras avalanches,
outras, tempestades passageiras.
 E assim nossa vida vai criando caminhos deixando seus traçados, com desvios, linhas retas, voltas a mais voltas, até chegar... o nosso próprio oceano de vida.
 Ali onde despejamos todas as nossas emoções, nossas alegrias, tristezas, nossos sonhos, nossas esperanças.
Quando alo chegamos serenos, paramos, para mergulhar profundamente, ai, a emoção extravasa,
tomamos consciência do nosso eu, percebemos que a medida não é por tamanho ou  emoção do nosso oceano, e pela consciência que temos de Deus.
La fora chove, nosso coração agradece a nosso Pai, pela nossa reflexão e pela simplicidade da comparação
24-09-96-Monica Puccinelli